"Em todos os aeroportos brasileiros os ageiros têm o às principais orientações sobre os serviços aeroportuários no balcão de informações. Cada setor de Achados e Perdidos tem sua própria norma e tempo para guardar os itens, esperando a retirada pelos seus donos", ressalta Carmem Bosque, advogada especializada em direito do consumidor.
"Em qualquer caso que o ageiro se sinta prejudicado ou entenda que seus direitos como consumidor foram desrespeitados, o governo federal disponibiliza uma plataforma de resolução de conflito em que as empresas participantes têm até 10 dias para analisar e responder às reclamações", completa.
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O Aeroporto Internacional de Guarulhos, maior do país, por exemplo, recebe em seu Achados e Perdidos por volta de 22 mil objetos todos os anos. Deste total, almofadas de pescoço e documentos são os mais comuns.
Dentre os mais inusitados estão bengalas, muletas e, acredite se quiser: olhos de vidro. Lá, tudo fica guardado por 60 dias. ado este período, os documentos pessoais são descartados e os demais itens doados ao Fundo Social de Solidariedade do Município de Guarulhos.
Já o Aeroporto de Brasília registrou 8.667 objetos esquecidos pelos ageiros no terminal aéreo em 2022. Destes itens, somente 21% foram recuperados pelos seus donos. Neste primeiro semestre de 2023 já foram deixadas 4.111 peças: documentos e cartões lideram o ranking, junto com travesseiros, roupas e necessaires. Entre os mais inusitados estão: um carrinho de carga enorme, luminárias, um atabaque (instrumento musical) e dentaduras.
Lá, os pertences ficam guardados até 90 dias e para recuperá-los é necessário fornecer informações que atestem a titularidade do objeto, como a descrição, senha, cor, dia e provável horário em que ele foi perdido.
Os itens, assim que achados, são catalogados com as principais características do dia da perda. ado o período, ele é doado para instituições de caridade credenciadas pela Inframerica. Os documentos pessoais são reados aos Correios e cartões de crédito são destruídos após sete dias. Produtos de higiene pessoal e cosméticos também são descartados após este período.
Fones de ouvidos, pen drives, malas, livros, celulares e computadores também são constantemente achados pelos setores espalhados pelo Brasil. Vale destacar também que em caso de perda de aporte, os responsáveis encaminham direto para a Polícia Federal.
Uma dica para evitar perder objetos durante a viagem é carregar poucas coisas. "Embarcar com muitos objetos nas mãos é normalmente a principal razão pelas quais as pessoas perdem itens no Aeroporto de Brasília. Também é comum perder documentos na hora de apresentá-los nos balcões de check-in e no portão de embarque. O ideal é guardá-los logo após a apresentação ao funcionário da companhia aérea", explica a coordenadora de Atendimento ao Cliente, Rayana Araújo.
Outra recomendação importante ao ageiro é sempre prestar atenção aos objetos que encontra pelo terminal aéreo, especialmente malas e mochilas que sejam suspeitas.
"Ao encontrar um objeto esquecido pelo terminal aéreo, o ideal é que o ageiro não o manuseie. Basta chamar um funcionário do aeroporto. Nossas equipes são treinadas para lidar com este tipo de situação", recomenda.
No Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, a média é de quase quatro mil pertences deixados por ano. A porcentagem de procura também é baixa: apenas 28% são devolvidos aos seus donos. O prazo é também de três meses, sendo alimentos perecíveis apenas 24h.
O aeroporto ressalta que o SAC tenta procurar através das redes sociais as pessoas que perderam documentos de identidade.
A Infraero, a de 16 aeroportos do país, é também a responsável pela organização destes setores em cada um deles, que recebem diariamente dezenas de objetos dos tipos mais diversos.
No Aeroporto de Congonhas, foram registrados 8.491 objetos perdidos em 2021 e 9.370 no ano de 2022. Já no Aeroporto Santos Dumont, foram registrados 4.180 itens perdidos em 2021 e 6.724 em 2022. Alguns objetos incomuns foram: baqueta de maestro, varinha do Harry Potter, placa solar, troféus, muletas, prótese dentária e até cadeiras de rodas.
A engenheira Vanessa Gari, de 38 anos, esqueceu sua bolsa em um café da sala de embarque em Congonhas na primeira semana de julho. Com carteira, documentos pessoais e objetos de valor, só foi perceber que estava sem ela dentro da aeronave, em direção a Recife.
"Como o cartão de embarque e CNH são digitais e eu estava com a mochila do laptop, só me dei conta quando o avião fechou as portas. Faltavam 10 minutos para perder o sinal, então, acionei minha mãe e pedi para que ela ligasse no café: não estava lá. Então, ela ligou algumas vezes para o setor de Achados e Perdidos e encontraram. Só eu posso retirar ou fazer uma procuração para terceiros, mas ela está guardada me esperando voltar", conta.
É importante lembrar que os itens esquecidos dentro das aeronaves são de responsabilidade das companhias aéreas. É necessário entrar em contato com a empresa com a qual o ageiro viajou para reaver o item deixado dentro de aviões. As informações detalhadas do setor de Achados e Perdidos dos Aeroportos Brasileiros são encontradas em seus respectivos sites.
Veja as principais informações dos aeroportos mencionados acima:
Aeroporto Internacional de Guarulhos
Localização: Terminal 3 – Piso de Embarque
E-mail: email [email protected].
Horário de funcionamento: diariamente, das 06h30 às 22h30
Aeroporto de Congonhas
Localização: Terminal de ageiro – Piso 1
Telefone: (11) 5090-9013
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: diariamente, das 06h às 23h
Aeroporto de Brasília
Localização: Piso de Desembarque, próximo ao guichê de pagamento da Estapar Estacionamentos.
E-mail [email protected].
Telefone: (61) 3214 6109
Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 06:00 às 00:00, (exceto feriados).
Galeão
Localização: Terminal 2, piso 0
Telefone: (21) 3004-6050
E-mail: [email protected]
Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 10h às 17h (é necessário realizar o agendamento prévio para atendimento)